Poucas vezes em minha pequena trajetória cobrindo a Câmara Municipal de Paulo Afonso, e lá se vão quatro anos, vi um político falar com tanta franqueza de um assunto, como o prefeito de Paulo Afonso, Luiz Barbosa de Deus (PSD), o fez nesta manhã, ao evidenciar o oportunismo do governador Rui Costa (PT), que às portas das eleições vem anunciar uma UTI para Paulo Afonso [aqui deixe-me dizer que a imprensa subsidiada de ambos os lados saboreiam a lorota como criança tomando sorvete]. Rui Costa prega, afinal, para os que creem nele.
Os mesmos que creram em Jaques Wagner, o homem da UTI em seis meses. Mas o prefeito de Paulo Afonso, em que pese sua participação ter escapado do habitual para uma abertura de trabalhos no Poder Legislativo, de sua assessoria ficar com receio de promover uma coletiva e sair com o prefeito de forma abrupta ‘escolhendo a quem ele deveria falar’, já foi tarde.
Não havia mais o que dizer, pois tudo já fora posto. Em primeiríssimo lugar, Luiz de Deus foi duro com o vice-prefeito Flávio Henrique: “Não nasci para enganar as pessoas, eu nasci para falar a verdade e o que falo procuro cumprir religiosamente, quando eu prometo não falho.” A verdade é que Luiz de Deus nunca falou em UTI para o Hospital Municipal.
O fato de em sua campanha ter essa promessa, pelo menos eu nunca ouvir sair da sua boca. Textualmente. Pelo contrário, mesmo quando questionado sobre a UPA o prefeito sempre fazia outra pergunta: construir é fácil, quem vai mantê-la? Eis o ponto. Então Luiz observa que o governador disse que assumia tudo. Ora, ora, se é como tem assumido Bahia afora. “Eu gosto das coisas bem-feitas, ou é para essa cidade ter o melhor ou é melhor não ter”, disse sobre a UTI, deixando claro que na altura dos seus 80 anos, já sabe reconhecer uma lorota boa. Foi aplaudido e vaiado.
Também havemos de dizer que o tal ‘consórcio de saúde’ tão apregoado pelo governo do então prefeito Anilton Bastos [sem partido], para Luiz não passa de um peso para Paulo Afonso por naturalmente ser o município com mais recursos. Para finalizar, o prefeito que entrou pela porta de trás, e teve enorme dificuldade em se fazer ouvir, quer por problemas técnicos, quer pelo ruído, ainda deu uma direta para sua equipe de governo. “Todos sabem que eu não dou colher de chá.”
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