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Esporte

Paulo Afonso - Bahia - 07/03/2016

Em clássico de segundo tempo movimentado, Náutico e Sport ficam no 1 a 1 na Arena PE

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O desinteresse manifestado pelas torcidas de Náutico e Sport - com apenas sete mil comparecendo à Arena Pernambuco - parece ter refletido na atuação das equipes nos 45 minutos inciais do Clássico dos Clássicos. Uma partida jogada sem a intensidade e vibração que urgem nos grandes confrontos em que a gana de vencer o rival muitas vezes se sobressai a todas às limitações que impedem a apresentação de um bom espetáculo. Cenário que se alterou graças ao gol alvirrubro logo aos 10 minutos da etapa final. A mudança no placar mexeu com a partida. Que se não primava pela qualidade técnica, ao menos ganhou em emoção. No fim o empate por 1 a 1, que acabou com a sequência de vitórias do Leão sobre o alvirrubro, mas manteve o jejum do Timbu, terminou por ser justo.

Como havia prometido o técnico Gilmar Dal Pozzo, o Náutico entrou em campo disposto a corrigir os equívocos demonstrados na semana passada, na derrota por 2 a 0 para este mesmo Sport. Para isso, o treinador alvirrubro colocou Caíque - que dá mais consistência na recomposição defensiva - no lugar de Esquerdinha e centralizou Renan Oliveira, que não vinha rendendo aberto pelo lado esquerdo. E o Timbu conseguiu, em diversos momentos da primeira etapa, adiantar suas linhas, atrapalhando a saída de bola rubro-negra.

Entretanto, sem profundidade ofensiva, a melhor oportunidade timbu foi mesmo em um lance de bola parada, com o estreante Walber - que entrou no lugar de Rafael Pereira, não porque o defensor havia sido engolido por Lenis na semana anterior, mas por lesão - tirando tinta da trave em cobrança de falta.

Outro erro corrigido pela equipe alvirrubra foi a cobertura na lateral defensiva. Assim, conseguiu anular a peça mais perigosa dos Leões, Lenis. O colombiano começou a jogar pela esquerda, mas logo viu que não ia ter facilidade diante de Walber e foi para a direita, tentar explorar as costas de Gastón. A cobertura de Eller, porém, impedia que o atacante conseguisse desequilibrar como fizera no confronto anterior.

Sem Lenis para dar profundidade e velocidade pela lateral, o Sport ressentia a falta de um meia articulador, que fizesse com que o time progredisse de forma vertical. Os três volantes rubro-negros, bem marcados na saída de bola, não conseguiam achar os espaços para meter as bolas visando à ultrapassagem dos três atacantes. E, assim, o melhor lance do Leão foi aos quatro minutos, com o apagado Gabriel Xavier mandando por cima. Ao intervalo, o 0 a 0 fazia justiça ao (pobre) futebol apresentado no primeiro tempo.

O bem que um gol faz
O Náutico voltou para o jogo marcando o Sport em seu campo defensivo. E a pressão alvirrubra resultou. Aos oito minutos, Rony deu encontrou Caíque na entrada da área. O meia progrediu e caiu após contato de Matheus Ferraz. O árbitro marcou pênalti. Que foi convertido por Ronaldo Alves, o zagueiro artilheiro timbu que chegou ao seu terceiro gol no Estadual.

O gol alvirrubro fez bem ao clássico, que ganhou em velocidade e emoção. O Sport foi para cima do Náutico, deixando o confronto mais aberto. E o Leão não demorou muito para encontrar o empate. Também em lance de bola parada, mas através de uma falta alçada na área, o prata da casa timbu Niel desviou e fez balançar as redes defendidas por Júlio César.

Após chegar à igualdade, o Leão passou a dominar as ações do jogo, controlando a posse de bola e passando mais tempo na intermediária alvirrubra. O Náutico tentava sair nos contra-ataques, mas a transição lenta de Renan Oliveira, Caíque e Thiago Santana não contribuíam para a eficácia da estratégia timbu. E, assim, o clássico terminou empatado. Bom para o Salgueiro, que bateu o América e assumiu a liderança do hexagonal do título.

Ficha do jogo

Náutico 1

Júlio César; Walber, Ronaldo Alves, Fabiano Eller e Gastón; Niel e Rodrigo Souza; Rony, Caíque (Eduardinho) e Renan Oliveira (Esquerdinha); Daniel Morais (Thiago Santana). Técnico: Gilmar Dal Pozzo.

Sport 1

Danilo Fernandes; Samuel Xavier, Matheus Ferraz, Durval e Renê; Serginho, Rithely e Luiz Antônio (Túlio de Melo); Lenis (Everton Felipe), Gabriel Xavier (Neto Moura) e Vinícius Araújo. Técnico: Paulo Roberto Falcão.

Local:
Arena Pernambuco (São Lourenço da Mata-PE). Árbitro: José Woshington da Silva. Assistentes: Clovis Amaral e Cleberson Leite. Gols: Ronaldo Alves (11 min do 2º) e Niel (contra, aos 15 min do 2º). Cartões amarelos: Rony e Gaston (N), Danilo Fernandes, Matheus Ferraz, Serginho, Vinícius Araújo, Gabriel Xavier e Lenis (S). Cartão vermelho: Gastón (N). Público: 7.041. Renda: R$ 177.460,00.

Fonte/Autor: Emanuel Leite Jr. /Especial para o Diario

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